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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Homofomídia


A cultura baiana e até mesmo a brasileira, apesar de se achar aberta e moderna, é extremamente conservadora. Qualquer episódio um pouco fora do “normal” é tido como absurdo. Pode-se constatar isso fazendo um teste bem simples como sair de casa com um pé de cada meia e observando a reação exagerada de espanto das pessoas para este ato tão insignificante. Quando se trata de temas mais delicados, como a homossexualidade, estas reações são bem mais elevadas.

A homossexualidade existe desde o tempo dos índios, ou seja, é mais antiga do que o próprio descobrimento do Brasil, entretanto até hoje é um assunto polêmico e pouco aceito pela sociedade, talvez por ter sido sempre repreendida, sem ter um espaço, sendo obrigada a se manifestar às escondidas.

O que a mídia vem fazendo ultimamente é expor constantemente o tema e suas vertentes, principalmente a homofobia, e isso é um ganho para a comunidade LGBT, pois, além de ser uma evolução na representação homossexual, a grande mídia é um forte instrumento de formação de opinião, levando em consideração que a maioria da população é analfabeta estrutural ou funcional, e 95% dos lares brasileiros possuem aparelho de TV. Logo, querendo ou não as pessoas acabam tendo uma dimensão mais ampla sobre os problemas enfrentados pelos homossexuais e refletindo sobre essa discriminação.

Pelo fato de a maior parte da sociedade ter uma visão conservadora, não estando culturalmente preparada para lidar com certas questões, como foi dito anteriormente, ela despreza os temas relacionados à homossexualidade tratados pela mídia, afirmando serem inapropriados e excessivos. Contudo, esses subtemas, incluindo a homofobia não passam de casos reais que acontecem todos os dias, com diversos gays, em locais de todo tipo, e são provocados justamente pela maioria destas pessoas que desaprovam a abordagem. Repito: pela maioria.

Apesar de atualmente os meios de comunicação estarem apostando bastante no tema homofobia, a mídia ainda retrata muito menos do que acontece. A questão é que o diferente incomoda. Mas há um porém. O fato de não haver excesso na forma de a mídia tratar o tema ‘Homofobia’, não quer dizer que ela retrate da forma correta, mais adequada, ou pelos motivos certos. O que mais se vê na televisão são estereótipos e abordagens preconceituosas e desrespeitosas. Sem contar o fato de que as personagens gays são excluídas da trama central, possuindo sempre papéis secundários. Há muitas outras expressões da homossexualidade a serem apresentadas, falta naturalidade.

A cultura preconceituosa do povo brasileiro é algo preocupante, que precisa ser repensada e trabalhada urgentemente. Chegou-se ao ponto em que é mais “normal” o Mensalão, o metrô de Salvador completar doze anos sem nem funcionar, agredir homossexuais nas ruas, menosprezar a capacidade dos negros e as habilidades da mulher, brigar em festas, usar drogas, roubar e até matar, do que tocar no assunto homossexualidade. Uma prova disto é a audiência exacerbada do programa Se Liga Bocão. Que país é esse?

Vicky Fechine

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