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Um blog que que pretende mostrar aquilo que você vê, mas não enxerga.
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Palavras, palavras... se me desafias, aceito o combate."
(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

HETEROFOBIA



Pelo direito de ser diferente                                      por Ruleandson do Carmo


Preciso confessar: sofro de heterofobia. Não consigo achar normal duas pessoas de sexos diferentes se amarem. Minha religião não permite! Como pode um homem dar prazer a alguém com um corpo tão diferente do dele? Ele nem sabe que prazer uma mulher sente de verdade ao ser tocada e vice-versa. Como um hétero pode ter certeza de que é heterossexual se ele nunca ficou com um ser do mesmo sexo? A heterossexualidade, na verdade, é apenas uma fase, vai passar um dia, após a adolescência.

Seu filho é hétero? Coitado! Mas, não se preocupe, é apenas modismo, ele quer ser hétero só porque viu aquele casal hétero na novela, bobo. Aliás que pouca vergonha se tornou a televisão e o cinema?! Exibem cenas de sexo hétero a todo momento. Isso devia ser proibido, pois pode obrigar as crianças a se tornarem heterossexuais. Mas a bem da verdade os heterossexuais são seres promíscuos. P-R-O-M-Í-S-C-U-O-S! Não podem ver um rabo-de-saia que já estão gritando "gostosa", são pervertidos. Ou você já viu um grupo de pedreiros gays gritando "tesão" quando passa o vizinho sarado? E quando se reúnem vários héteros, então? É uma putaria sem fim. É só ter uma micareta, um festival de axé, que os héteros ficam se pegando feito animais no cio, e no dia seguinte a rua fica cheia de camisinhas usadas.

Isso sem falar na competência dos héteros. Por que uma empresa contrataria alguém tão conformado, sem criatividade e que vai dar em cima de todas as funcionárias, como um heterossexual? Não, não, héteros precisam de cartilhas a todo momento, para dizer o que é certo ou errado, não contrate-os. Fora isso, eles costumam sair à noite e ir a boates e ficam beijando na frente de pessoas que não estão acostumadas a ver isso, eles deviam se dividir em grupos, se afastar da sociedade e colocar na porta: "aviso: boate hétero".

Onde está a moral hétero, hein? Olha o número de adolescentes grávidas no Brasil! Héteros não amam, eles só pensam em sexo! Dispensa comentar acerca das doenças sexualmente transmissíveis, né? Héteros são lotados delas! Afinal não há mais grupos de risco e sim comportamentos de risco e quem sofre cada vez mais com a AIDS são as mulheres casadas. Héteros são um problema de saúde pública, não sei por que não tratam a heterossexualidade como doença (e ainda querem me impedir de falar heterossexualismo, que frescura!).

Héteros não tem condições de criar uma família. Os homens héteros pensam apenas em futebol e cerveja, largam as esposas em casa para irem aos estádios de futebol, ou para se reunirem com os amigos no bar da esquina. As mulheres héteros só querem saber de cuidar do cabelo, fazer compras e até esquecem os bebês no carro para ir ao shopping. Existem registros de casais héteros, que geraram seus filhos biologicamente, e foram capazes de atirá-los pela janela e até na lagoa. Onde está o futuro de uma criança com um hétero?

Na verdade pode ser falta de espiritualidade. Héteros devem ser pessoas afastadas de Deus, que não sabem seguir as regras do Senhor. O inferno tá cheio de héteros, queimando por suas vidas impuras. E Deus, O ser superior que ama a todos, jamais perdoaria alguém que ama um sexo diferente. Devemos alertá-los para deixarem de ser héteros, antes que seja tarde demais para voltarem a uma vida normal!

E o que é pior é saber que ser hétero é uma opção, uma escolha. Ou você não se lembra? Lembra sim, safado! Quando a criança faz 12 anos, os pais apresentam um menu e perguntam: "Meu filho, você agora precisa decidir se vai gostar de homem ou de mulher. Você prefere ter uma ereção ao ver a Britney Spears ou o Ricky Martin ou ambos?". É tudo escolha, nós exercemos total controle sobre nossos sentimentos e sexualidade desde o nascimento. Chega disso, chega de heterossexuais, de suportá-los infiltrados na sociedade! Se eu tiver um filho, eu quero que ele seja gay!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

500 pessoas, 501 descasos

A Caminhada pela Paz, Contra a Violência, que ocorreu no domingo, dia 07/08, percorrendo o trecho Avenida Garibaldi até o Palácio de Ondina, apesar de não ter atingido seu objetivo por completo, foi, indiscutivelmente, uma manifestação de peso que atraiu os olhares da população e imprensa para uma causa que é de todos: o fim da violência na capital baiana.

A caminhada contou com cerca de quinhentas pessoas, todas trajadas de branco, como um símbolo de paz. Manifestações como estas, ou mesmo maiores, seja a causa qual for, sempre existiram no mundo, entretanto parecem ter sido esquecidas pelo tempo já que outrora eram muito mais ativas. Se lembrarmos do passado, podemos concluir que várias delas são responsáveis pela configuração atual da nossa cidade, estado, região ou país.

Alguns destes movimentos que marcaram a história foram os do Sindicato dos Trabalhadores, que lutavam para defender os direitos trabalhistas; as primeiras greves operárias, as lutas de Gandhi, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial Inglesa, além de inúmeras outras. O que todas elas têm em comum é o fato de terem um propósito claro e abrangente, assim como uma quantidade significante de pessoas, estas que estavam ali dispostas a ir até o fim para atingir o objetivo proposto, tanto que representam hoje grande influencia no nosso modo de vida.

Ironicamente, é justamente essa organização e eficiência que falta nas manifestações da atualidade, como exemplo da Caminhada Pela Paz. De início podemos constatar a futilidade de diversos “movimentos”, que não visam nenhum benefício à sociedade, o que diminui a credibilidade dos movimentos que realmente têm algum embasamento.

Há também o excesso de pressa. A sociedade pós moderna executa diversas atividades aio mesmo tempo, sempre com horários apertados, ninguém mais reserva um momento para resolver os problemas, ainda que seja algo de extrema importância. Uma constatação disso é a insignificante quantidade de pessoas que participaram da Caminhada contra a Violência, se comparada ao número de soteropolitanos que sofrem este problema.

Destes e de mais tantos outros pontos vem o desinteresse do governador Jaques Wagner para com a manifestação. Não que tenha sido uma atitude correta ou sensata, mas a população provou que não sabe se articular envolta de um problema tão gravidade para Salvador e que já extrapolou os limites do aceitável. Diante da importância e validade da causa o governador poderia e deveria ter recebido os manifestantes, mas ao contrário, a atitude dele mostrou que descaso é tratado com descaso.  



Por Vicky Fechine

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Homofomídia


A cultura baiana e até mesmo a brasileira, apesar de se achar aberta e moderna, é extremamente conservadora. Qualquer episódio um pouco fora do “normal” é tido como absurdo. Pode-se constatar isso fazendo um teste bem simples como sair de casa com um pé de cada meia e observando a reação exagerada de espanto das pessoas para este ato tão insignificante. Quando se trata de temas mais delicados, como a homossexualidade, estas reações são bem mais elevadas.

A homossexualidade existe desde o tempo dos índios, ou seja, é mais antiga do que o próprio descobrimento do Brasil, entretanto até hoje é um assunto polêmico e pouco aceito pela sociedade, talvez por ter sido sempre repreendida, sem ter um espaço, sendo obrigada a se manifestar às escondidas.

O que a mídia vem fazendo ultimamente é expor constantemente o tema e suas vertentes, principalmente a homofobia, e isso é um ganho para a comunidade LGBT, pois, além de ser uma evolução na representação homossexual, a grande mídia é um forte instrumento de formação de opinião, levando em consideração que a maioria da população é analfabeta estrutural ou funcional, e 95% dos lares brasileiros possuem aparelho de TV. Logo, querendo ou não as pessoas acabam tendo uma dimensão mais ampla sobre os problemas enfrentados pelos homossexuais e refletindo sobre essa discriminação.

Pelo fato de a maior parte da sociedade ter uma visão conservadora, não estando culturalmente preparada para lidar com certas questões, como foi dito anteriormente, ela despreza os temas relacionados à homossexualidade tratados pela mídia, afirmando serem inapropriados e excessivos. Contudo, esses subtemas, incluindo a homofobia não passam de casos reais que acontecem todos os dias, com diversos gays, em locais de todo tipo, e são provocados justamente pela maioria destas pessoas que desaprovam a abordagem. Repito: pela maioria.

Apesar de atualmente os meios de comunicação estarem apostando bastante no tema homofobia, a mídia ainda retrata muito menos do que acontece. A questão é que o diferente incomoda. Mas há um porém. O fato de não haver excesso na forma de a mídia tratar o tema ‘Homofobia’, não quer dizer que ela retrate da forma correta, mais adequada, ou pelos motivos certos. O que mais se vê na televisão são estereótipos e abordagens preconceituosas e desrespeitosas. Sem contar o fato de que as personagens gays são excluídas da trama central, possuindo sempre papéis secundários. Há muitas outras expressões da homossexualidade a serem apresentadas, falta naturalidade.

A cultura preconceituosa do povo brasileiro é algo preocupante, que precisa ser repensada e trabalhada urgentemente. Chegou-se ao ponto em que é mais “normal” o Mensalão, o metrô de Salvador completar doze anos sem nem funcionar, agredir homossexuais nas ruas, menosprezar a capacidade dos negros e as habilidades da mulher, brigar em festas, usar drogas, roubar e até matar, do que tocar no assunto homossexualidade. Uma prova disto é a audiência exacerbada do programa Se Liga Bocão. Que país é esse?

Vicky Fechine

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ficou muito difícil encontrar uma praia descente após a idéia louca do governo juntamente com a marinha ¬¬ Antes as pessoas frequentavam as praias com barraca. Era tudo meio que organizado e as outras prais (as realmente boas) eram esquecidas, ou seja, verdadeiros paraísos para os poucos que descobriram. Agora as praias não tem mais diferenciação. É tudo cheio e sem barraca, sem contar a farofa eterna! Quase não sobraram as antigas praias "desertas" e tranquilas que faziam jus à fama de BELA CIDADE LITORANÊA de Salvador. As que poucos, mas não piores, frequentavam. Mas é isso aí, Governo e Marinha: Vamos todos pra frente, Brasil!

[por Vicky Fechine em 17/10/10]