A Caminhada pela Paz, Contra a Violência, que ocorreu no domingo, dia 07/08, percorrendo o trecho Avenida Garibaldi até o Palácio de Ondina, apesar de não ter atingido seu objetivo por completo, foi, indiscutivelmente, uma manifestação de peso que atraiu os olhares da população e imprensa para uma causa que é de todos: o fim da violência na capital baiana.
A caminhada contou com cerca de quinhentas pessoas, todas trajadas de branco, como um símbolo de paz. Manifestações como estas, ou mesmo maiores, seja a causa qual for, sempre existiram no mundo, entretanto parecem ter sido esquecidas pelo tempo já que outrora eram muito mais ativas. Se lembrarmos do passado, podemos concluir que várias delas são responsáveis pela configuração atual da nossa cidade, estado, região ou país.
Alguns destes movimentos que marcaram a história foram os do Sindicato dos Trabalhadores, que lutavam para defender os direitos trabalhistas; as primeiras greves operárias, as lutas de Gandhi, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial Inglesa, além de inúmeras outras. O que todas elas têm em comum é o fato de terem um propósito claro e abrangente, assim como uma quantidade significante de pessoas, estas que estavam ali dispostas a ir até o fim para atingir o objetivo proposto, tanto que representam hoje grande influencia no nosso modo de vida.
Ironicamente, é justamente essa organização e eficiência que falta nas manifestações da atualidade, como exemplo da Caminhada Pela Paz. De início podemos constatar a futilidade de diversos “movimentos”, que não visam nenhum benefício à sociedade, o que diminui a credibilidade dos movimentos que realmente têm algum embasamento.
Há também o excesso de pressa. A sociedade pós moderna executa diversas atividades aio mesmo tempo, sempre com horários apertados, ninguém mais reserva um momento para resolver os problemas, ainda que seja algo de extrema importância. Uma constatação disso é a insignificante quantidade de pessoas que participaram da Caminhada contra a Violência, se comparada ao número de soteropolitanos que sofrem este problema.
Destes e de mais tantos outros pontos vem o desinteresse do governador Jaques Wagner para com a manifestação. Não que tenha sido uma atitude correta ou sensata, mas a população provou que não sabe se articular envolta de um problema tão gravidade para Salvador e que já extrapolou os limites do aceitável. Diante da importância e validade da causa o governador poderia e deveria ter recebido os manifestantes, mas ao contrário, a atitude dele mostrou que descaso é tratado com descaso.
Por Vicky Fechine
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